#CAMPANHA ELEITORAL: Vote em Mr. “N”
Vote em Mr. “N”
O Últico Candidato Moecano da Geração X.
Se você começou a ler este texto deve ser porque, de alguma
forma, o candidato Mr. “N” chamou sua atenção pois parecia ser mais um
integrante da comédia eleitoral. Foi por causa disso? Não? Então, pode ser
porque você não aguenta ver tanta palhaçada sem graça e hipocrisia na TV,
RÁDIO, JORNAIS e PLACAS NOS CANTEIROS DAS RUAS (o que já seria suficiente para
ficarmos indignados com os candidatos, pois com essa prática sujam a cidade e humilham os cidadãos, chamando-os de ignorantes, que não sabem escolher um candidato de
forma consciente e inteligente e apelam para a pressão da repetição da imagem
fotoshopiada com sorrisos superficiais que não dizem nada a não ser: poluímos a
cidade em que você mora com essas plaquinhas, placas e placonas. Vocês não vão
se incomodar pois seremos donos desse curral mesmo, e como vocês não sabem
escolher estamos aqui para dizer o que vocês devem fazer, afinal de contas, esta
fazenda é nossa e vocês recolham-se em suas insignificâncias, ou seja, voltem
para a senzala. Ou você pode estar lendo o texto por causa do “erro” da palavra
últico e quer conferir o resto do enxoval.
Bom, já deu para perceber o teor deste texto. Ainda vai
continuar lendo? Se não concorda, não seja hipócrita. Pare aqui e saia desta página.
Vá colar placa nas ruas, correr atrás do seu líder, fazer zuada nas ruas sem
perguntar se os moradores querem ser perturbados com o barulho, que é tão alto
que ninguém consegue conversar dentro de casa (ou seria melhor dizer senzala,
prisão domiciliar), ou talvez ser poste-bandeira nas esquinas para faturar uns
trocados ou colar adesivo no carro por um dinheirinho, afinal somos o país dos
empreendedores, temos que aproveitar as oportunidades (na verdade o que vemos é
o pior empreendedorismo do mundo, o por necessidade) ou então ficar calado,
mudo, em silêncio, morto e assim se dirigir “democraticamente” como zumbis enfileirados
às urnas para dar seu voto (alguns chamam de valor, que perd) ao seu deus todo-poderoso
pois são os únicos humanos do Brasil que nunca foram condenados a cumprir pena
atrás das grades, com exceção de 5 dias (que grande sentença!) e olhe lá. Você
conhece algum político cumprindo pena atrás das grades? Não? Como diz a minha
esposa: Ah fraqueza! Vocês ainda não perceberam eles estão acima dos mortais
pecadores e escravos por escolha consciente (ou será inconsequente).
Já avisei, o texto é pesado e só interessa a quem não é
hipócrita, ou que era, mas está largando o vício.
Por motivos óbvios já perceberam que nesta eleição vou votar
(democraticamente obrigado) no Mr. “N”. Alguns podem dizer: você está sendo
muito pessimista, temos que ser otimistas e acreditar nos novos governantes, pois
eles vão fazer do Brasil o país do futuro. Eu lhes digo: Se você tem a
capacidade de fazer esse comentário é porque já se tornou um escravo consciente
e acredita em Papai Noel. Desde que somos nação este tem sido o discurso dos deuses
que governam este país. Não sou pessimista com os desejos fraternos dos novos candidatos,
mas estou ultra-pessimista com o sistema político criado para privilegiar uma
minoria e fazer da maioria uma legião de BIC´s (Bárbaros Idiotas e Conscientes).
Só uma geração poderia mudar isso no curto prazo: a Geração X, que foi às ruas
e provocou a queda de um presidente deste país. Mas quem cai se levanta, sacode
a poeira e dá a volta por cima. Por cima mesmo. A geração da vez, a Y, esta já
foi ludibriada pela inteligência midiática aqui no Brasil. Em outros países
isso ainda não aconteceu, a exemplo do Egito, Síria só para citar alguns países
da famosa “primavera árabe”. A nossa esperança talvez seja a Geração Z, ou
entrarmos em outro alfabeto que tenha mais letras, talvez o Mandarim.
Ok, chega de introdução e vamos ao desenvolvimento do texto.
Vixe, como se diz no nordeste, então é uma tese de doutorado. É isso mesmo.
Enviei para o meu orientador e ele sugeriu que eu explicasse
melhor vários termos citados, por exemplo:
COMÉDIA ELEITORAL
Nunca o país teve tantos palhaços no poder. Alguns
porque gostam de se exibir. Outros porque gosta de zombar da ignorância do povo. Outros
porque a população votaram neles como protesto (do tipo burro), pois não fazem nada, a não ser zombarem de nossa ignorância. Eis o Pacto da mediocridade. O verdadeiro voto de protesto é
votar em Mr. “N”.
HIPOCRISIA
Vivemos no mundo do faz de contas. Os “políticos” fazem de
contas que vão provocar mudanças significativas quando eleitos, até candidatos
a vereadores, que representam o legislativo, ou seja, “fazem leis” prometem
saúde, educação e segurança como se fossem candidatos ao executivo. Tapa na
cara do eleitor.
O povo também faz de conta que vai votar consciente e
escolher os melhores candidatos. Como não sabem fazer isso de forma adequada,
aproveitam para trocar o muro da casa, o telhado, as portas, janelas, ou pelo menos
um empreguinho de poste-bandeira agora e um de cabide familiar no longo prazo
(pendurando familiares em cargos públicos), ou seja, se prostituem politicamente de forma barata e vulgar.
Na verdade o processo de formação do faz de contas começa na
escola quando, ainda como alunos, fingem que estudam e os professores fingem que
ensinam (só que o mercado não finge com contrata). Eis uma das filiais da indústria de votos. Pois com o
desemprego poderemos prometer emprego e aí ganharemos mais campanha e o ciclo
se renova e tem sido assim a quase duzentos anos.
IMAGEM
A escolha de um líder deveria ser pela reputação e não pela
imagem que passa. Só que para se adquirir imagem é rápido e fácil. Reputação dá
trabalho e leva tempo para ser construída. Imagem está no campo do ter e
reputação está no campo do ser. Portanto, a maioria prefere investir na imagem
que na reputação. Resultado? Temos o que temos para ser o que somos.
LÍDER
A teoria moderna diz que um líder não se torna líder por
escolha própria mas são os liderados que o tornam líder. Partindo desa premissa, meu candidato, o Mr. “N” não será eleito tão cedo. Temos os
líderes que NÓS escolhemos. Portanto, a culpa é nossa. O nome disso é
Democracia Representativa, bem diferente da Democracia Original surgida na Grécia. Outra coisa muito importante da liderança é o exemplo, e nesta questão, nossos líderes são...sem comentários.
ZUADA
A poluição sonora aceita por nós, através das autorizações
legais é uma contradição jurídica pois prendemos quem usa os paredões de som
por estar acima dos decibéis permitidos aos ouvidos normais mas em época de
campanha é liberado. Deve ser porque nossa audição fica mais resistente aos gritos amplificados dos candidatos. Quanta incoerência. Aqui os líderes pecam na falta de
exemplo. Eu pergunto cadê os órgãos de fiscalização que prendem um cidadão que
corta um galho de uma árvore, mas não prendem esses candidatos em suas passeatas que acorda um bairro
inteiro, incomodam idosos, crianças, doentes e reuniões domiciliares. Isso é que é poder do cão.
PRISÃO DOMICILIAR
Todos nessa época prometem segurança, e na verdade, eles
estão conseguindo, pois os cidadãos estão morando cada vez mais “seguros” em
suas prisões domiciliares, pois andar na rua é um ato de muita coragem e de alto
grau de periculosidade. Autoridades militares já estão ministrando palestras em
escolas sobre como se devem andar nas ruas, sugerindo que cada cidadão ande com
o imposto do bandido, (uns R$ 50,00 pelo menos senão leva peia,
pois os caras tiveram o trabalho de montar toda uma estratégia de te assaltar e no final
você não tem nada no bolso, então tome peia para aprender andar na rua).
POSTE
A população já está pagando pela própria imobilidade social
e política. Já trabalham como poste-bandeira de candidato político, lançamento de
condomínio, o famoso pare e passe dentre outros. É a lei da inércia em ação ou paralisação.
EMPREENDEDORES
De quem estamos falando? Dos grandes ou pequenos? Se estivermos
falando dos grandes, realmente são grandes, pois conseguem fazer parcerias
estratégicas tão interessantes que só encontra explicação 06 meses depois do
candidato ser eleito, quando leis são aprovadas com o objetivo de reduzir impostos de matérias
primas das empresas dos grandes, aquelas famosas (i)licitações e assim
devolverem o investimento feito na campanha. Pois até agora ninguém consegue
explicar como alguém gasta mais de R$ 2.000.000,00 numa campanha para ter
retorno salarial após 4 anos de mandato apenas uns R$ 600.000,00 “perdendo” R$ 1.400,000,00.
Só na política essa matemática encontra lugar.
Falar dos pequenos empreendedores é até constrangedor pois
essa turma trabalha 30 anos de suas vidas gerando emprego e renda e não
recebem incentivos de nada dos governantes, enquanto para cada grande que chega
na cidade recebem terreno de graça e 20 anos de isenção de impostos. Quanto
incentivo aos pequenos! O problema dos pequenos é que eles não tem capital
suficiente para eleger os deuses nas campanhas, por isso são insignificantes.
DEMOCRATICAMENTE
Aqui temos umas das maiores falácias da democracia
representativa do nosso país, pois somos obrigados a votar e ainda é chamado de
democracia. Democracia no grego significa o povo no governo. O povo ter a opção
de escolha e discutir por tê-la quando contrariado. Que escolha temos de votar
se somos obrigados, como se estivéssemos na ditadura? Enquanto eu for obrigado
a votar, votarei apenas em Mr. “N”. Quando eu estiver na velhice então, os
outros candidatos podem me procurar com suas propostas, pois só sou
democraticamente capaz de votar quando estiver no fim da vida. Isto é incrível. Nesta época da vida é que devo exercer o poder democrático de
escolher os governantes, só que dos netos. Como dizia um professor que tive: é muita
falta de absurdo!
PENA
Aqui vemos claramente o poder dos deuses da nação
brasileira. Pois ninguém consegue prendê-los. A imprensa pode mostrar vídeo da cobra morta, o pau molhado de sangue, o deus matando a cobra, mas não é preso, porque o
processo não foi feito conforme a legis. Eles tem foro privilegiado. Só por
questões de ciúme, os deuses tiraram a cela especial para os criminosos com
nível superior para torná-los selas em suas montarias palacianas. Razão simples,
superiores só os deuses. Por questões de vistoria, eles até podem passar 5 dias
investigando se as instalações estão conforme eles (i)licitaram. Mas se ficarem dodói, aí vão pra casa. Isso quando o amigo romano habeas corpus não vai
e tiram eles logo de lá.
ESCRAVOS
Numa sociedade dominada pelos deuses, o resto é tudo
escravo, que se contentam com pão e circo como nos velhos tempos. Os pães sãs
as bolsas (família, escola, miséria, bebê etc), Louis Vuitton que é bom nada. O
circo de hoje é o entretenimento representado pelas novelas, futebol e
consumo, três analgésicos para os escravos não se rebelarem de suas tristes vidas
de brasileiro quaresma. Na arena se digladiando estão os pequenos
empreendedores e a classe média para sobreviver cada ano de 8 meses pois 4 foi
só de impostos.
FUTURO
Desde o dia 22 de abril de 1822 que o Brasil é chamado do
país do futuro. Já se passaram 180 anos e ainda somos o país do futuro. Na verdade ainda somos o país do passado. Em centenas de áreas estamos a quase 100 anos
atrasados dos países desenvolvidos. Enquanto os países orientais, nossos co-irmãos do BRIC, por exemplo, investiram em educação e
hoje exportam conhecimento através da tecnologia, nós ainda somos exportadores
das riquezas naturais. Prática da era das
navegações na idade média. Para sermos do futuro muita coisa terá que mudar. A começar
de nosso hino. Outro dia estava em Pau dos Ferros numa pizzaria, após uma
palestra que ministrei pelo CRA para os alunos do curso de Administração da UERN. Estava
começando o jogo de futebol entre o Brasil e a China quando ouvi os dois
hinos então entendi porque eles exportam tecnologia para nós e nós exportamos frutas para eles. Os chineses cantavam Levantai-vos! Levantai-vos! Levantai-vos
para lutar. Vamos construir uma muralha com nosso sangue. Parecia que estavam
cantando para entrar numa guerra enquanto o hino do Brasil só exalta nossa
grandeza pela própria natureza, deitado em berço esplêndido ao som do
mar (quanta boemia), a luz do céu profundo, fulguras ó Brasil, clarão da
América (quanta falta de noção!).
Última sugestão do orientador: Não se preocupe com o que foi
escrito, menos de 5% dos brasileiros leem um texto deste tamanho. Somente os
estudantes quem estão nos programas de graduação e pós-graduação e alguns outros heróis é que
conseguem ler algo deste tamanho, e se for cair na prova, do contrário, o
percentual de leitores que vai chegar até este ponto do texto cai para menos de
1%. A maioria da população brasileira não gosta de ler. O que é mais interessante é que queremos ser superiores as hermanos argentinos intelectualmente. A cidade de Buenos Aires tem mais livraria do que Brasil inteiro. Eles tem prêmio nobel e nós? Só chupando o dedo. Se fosse
um vídeo no intervalo de uma novela ou no intervalo do futebol você poderia ser
extraditado intelectualmente. Mas relaxe, vá comer uma pizza com cerveja e deixe
a vida te levar como dizem os pseudo-padrões de sucesso profissional (que se
apresentam em público caindo pelas tabelas, cheios de lêvedo da redonda e ainda
são aplaudidos). Tudo por aqui termina em pizza.
OBSERVAÇÃO:
1) No sub-título do texto a palavra ÚLTICO está correta, ela é a mescla de Último + Único.
2) O orientador da tese é o conhecimento adquirido e a tese é a vida.
1) No sub-título do texto a palavra ÚLTICO está correta, ela é a mescla de Último + Único.
2) O orientador da tese é o conhecimento adquirido e a tese é a vida.
“Voto nulo porque não
sou hipócrita. Não finjo que sou eleitor, nem sou como os “governantes” que fingem
fazer política”.
Ei, você já falou da introdução e desenvolvimento e a
conclusão?
Bom, essa eu deixo pra você.
Sucesso,
Radamés Dantas
Para não dizer que não falei das flores e que só joguei pedra na vitrine, digo que tenho um entendimento claro de como deve ser de fato um governo adequado, mas para isso só posso falar pessoalmente.
Parabéns pelo texto! Concordo plenamente com seu ponto de vista, inclusive é totalmente similiar ao meu. Me sinto indignado com a forma de se "fazer política" no Brasil, em especial na minha cidade. São muitas coisas que me levam à reflexão:
ResponderExcluir1- Alguém vota por ouvir músicas com dizeres totalmente infundados e com uma sequência de números? Resposta: infelizmente sim!
2- A massa populacional acredita nas propostas dos candidatos e vota por causa delas? Aliás, alguém conhece as propostas?
3- Alguém se preocupa com as reais necessidades da população, tais como SAÚDE, EDUCAÇÃO e SEGURANÇA? Falo em especial pelas ações "invisíveis" como saneamento básico, educação de qualidade e erradicação de crime organizado e pequenas facções. Digo invisíveis por se tratar de obras que serão escondidas de baixo da terra, que possuem muito mais utilizade do que praças e praças inauguradas à todo tempo.
Poderia enumerar aqui muitos outros pontos, mas serei breve.
Exercerei minha "cidadania" votando também no Mr. N, pois sei que de fato não serei enrolado por ele, por não ter poluído a cidade nas diversas modalidades: com papel no chão, sonora, visual e (principalmente) moralmente.
Att, Marks Cruz.
Esqueci de escrever no post anterior...
ResponderExcluirMe sinto bastante incomodado com a repentina preocupação por parte dos candidatos nesse período. Por que só agora? Tivemos quatro anos sem preocupação e agora vejo pessoas "preocupadas" o feirante, o morador do subúrbio, os taxistas, os camelôs, os sem terra, flanelinhas, viciados, garis etc.
Vejo propagandas na televisão que só fazem atacar os candidatos de outros partidos. "Perdem" tempo falando das alianças feitas pelo seu concorrente em vez de pelo menos propor mudanças ou ações eficazes.
Att, Marks Cruz.