SOCIEDADE LÍQUIDA - Capítulo 3 – As cidades
À medida que o homem constrói seu mundo com a força do trabalho alienado, o cenário deste mundo se converte na prisão onde terão que viver. Um mundo sórdido, sem sabor, nem odor, que leva consigo a miséria do modo de produção dominante.
Este cenário está em eterna construção. Nada nele é estável. A remodelação permanente do espaço que nos envolve se justifica pela amnésia generalizada e pela insegurança na qual devem viver seus habitantes.
Trata-se de refazer tudo a imagem do sistema: o mundo se torna cada dia mais sujo e barulhento, como uma usina.
Cada parcela deste mundo é propriedade de um Estado ou de um particular. Este roubo social que é a apropriação exclusiva do solo, se encontra materializada na onipresença de muros, barreiras, e fronteiras... São as marcas visíveis desta separação que invade tudo.
Mas ao mesmo tempo, a unificação do espaço, de acordo com os interesses da cultura do consumo, é o grande objetivo da nossa triste época.
O mundo transformou-se em uma imensa autopista, racionalizada ao extremo, para facilitar o transporte das mercadorias. Todo obstáculo, natural ou humano, deve ser destruído.
O ambiente onde se aglomera esta massa é o fiel reflexo de sua vida: se assemelha a jaulas, a prisões, a cavernas. Porém contrariamente aos escravos e aos prisioneiros de antigamente, o cidadão/preso da sociedade moderna deve pagar por sua jaula em suaves de 250 bilhões de prestações. É o “minha casa minha dívida”. Além disso, viverá 50 anos vizinho a alguém que é encarado como outro prisioneiro, e portanto, não devem se comunicar, fazer amizade. O máximo que sai da boca de ambos é um “OI” quando se cruzam um pelo outro ou quando estão no elevador, com aquelas caras de prisão de ventre.
Pense nisso e não deixe isso acontecer com você.
Sucesso e até o próximo capítulo, onde conheceremos um pouco mais sobre os produtos de consumo dessa massa teleguiada pelas ofertas.
Radamés Dantas
www.profradames.blogspot.c
Comentários
Postar um comentário