SOCIEDADE LÍQUIDA - Capítulo 7 – O Trabalho
Trabalho, do latin Tripalium, três paus, instrumento de tortura.
Para entrar no ciclo do consumo frenético, é necessário ter dinheiro e para conseguir dinheiro, é preciso trabalhar, ou seja, vender-se. A sociedade Líquida fez do trabalho seu principal valor. E os cidadãos líquidos devem trabalhar mais e mais para pagar a crédito sua vida miserável. Eles estão esgotados de tanto trabalhar, perdem a maior parte de sua energia e têm que suportar as piores humilhações. Passam toda sua vida realizando uma atividade extenuante e insidiosa que é proveitosa apenas para alguns.
Sempre apressados pelo cronômetro ou pela chibata, cada gesto dos cidadãos líquidos é calculado afim de aumentar a produtividade. A organização científica do trabalho constitui a real essência da desapropriação dos trabalhadores líquidos, seja do fruto de seu trabalho, mas também do tempo que eles passam na produção automática das mercadorias ou dos serviços. O papel do trabalhador líquido se confunde com o da máquina nas usinas, com o do computador nas oficinas. O tempo pago não volta mais.
Assim, a cada trabalhador líquido é atribuído um trabalho repetitivo, seja ele intelectual ou físico. Ele é um especialista em seu domínio de produção. Essa especialização encontra-se na escala do planeta, no âmbito da divisão internacional do trabalho.
Concebe-se no Ocidente, produz-se na Ásia, morre-se na África. Esse é o ciclo da produção.
Precisamos trabalhar, mas não podemos deixar o trabalho nos escravizar.
Pense nisso e viva.
Sucesso e até o próximo capítulo, onde conheceremos um pouco mais sobre a medicina da sociedade líquida.
Radamés Dantas
www.profradames.blogspot.c
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